Quero
aqui esclarecer o fato ocorrido nos últimos dias, em que eu fui
acometida de um grande susto causado pelo sumiço de minha filha. E na
verdade é que tem coisas que agente pensa que nuca ia passar, e eu é
claro, não esperava e nem estava preparada para tal situação.
Eu
poderia não tocar mais no assunto, porém, de certa forma, me sinto na
obrigação de informar as pessoas devido o apoio que recebi, o que para
mim também foi uma grande surpresa. Só de pedido e amizade no fecebook,
recebi mais de 100 em apenas três dias, onde todos queriam compartilhar o
meu pedido de socorro e me apoiaram da forma mais surpreendente.
Contando
um pouco do fato, tudo começou quando ela apresentou um colega de
escola, e logo percebi que os dois estavam se gostando, e eu, não se
agindo certo ou errado, agora nem eu sei , acabei por permitir o
namorinho dos dois, como uma forma de liberdade vigiada, onde é claro,
estabeleci regras e limites sob evidentemente minhas vistas. Ocorre é
que percebi que os dois estavam ficando muito tempo juntos, e essa
atitude começou a atrapalhar nas outras atividades. Minha filha, por
exemplo, que vivia estudando, já não tinha mais o mesmo interesse e as
atividades deles eram sempre estar juntos. Chegavam da escola e vinham
direto pra nossa casa onde almoçavam e passavam o resto da tarde juntos,
e isso muitas vezes em companhia da colega que também foi junto na
viagem com eles. Estava se tornado um trio inseparável e eu cheguei a
conversar com minha filha sobre isso, dizendo que deveria evitar tanto
tempo juntos. Mas como sempre confiei nela, pois até o momento nunca
havia me dado nenhum trabalho, não dei a importância que realmente hoje
vejo que o caso requeria.
Não
quero aqui falar do comportamento dos outros envolvidos, a não ser que o
fato esteja diretamente ligado a minha filha, pois o período da
adolescência é um tanto conturbado. É um momento de descobertas em que
os jovens com ímpeto e explosão dos hormônios querem se auto afirmar na
sociedade, com intenção de provar que já são capazes de cuidar de si
mesmo, o que é um grande engano. Pois quando se tem essa idade, a pessoa
pensa que já sabe o que quer, e o que é melhor para ela, o que também é
um grande engano.
Voltando
ao assunto, os dois estavam tão envolvidos, e o comportamento dele
também começou a me desagradar e algumas coisas, quando achei melhor por
um fim ao namoro, porém, fiz isso de forma sutil, conversando e
esclarecendo que são ainda muito jovens, pois eles só tem 16 anos e tem
muita coisa pela frente, que deveriam dar um tempo, estudar, cuidar de
suas vidas para mais tarde quem sabe reatarem a relação quando
estivessem mais adultos. Não proibi porém a amizade, disse que poderiam
ficar amigos, até por que eles estudam na mesma escola, e eu sabia que
não deixariam de se falar.
O
trio continuou unido e percebi que não se largavam por nada, porém fui
dando tempo para ver se a situação mudava, e foi quando aconteceu o fato
da fuga. realmente fiquei assustada com a situação, pois eu fui saber
pelo pai dele, que me esperava na saída de minha igreja no culto de
domingo a noite. Eles planejaram tudo para sair quando eu não estivesse
em casa, e como ela sabia a hora do culto, marcaram para sair assim que
eu fosse para a igreja.
O
pai dele então me perguntou: onde está sua filha, eu é claro, respondi,
em casa, e então ele disse, você tem certeza? Porque meu filho fugiu e
acho que sua filha foi junto, pois o irmão dele encontrou duas passagens
, uma no nome dele e outra da sua filha. Eu é claro, não acreditei,
pois nunca tivemos problemas na nossa relação mãe filha que motivasse
tal atitude. Ao constatar o fato, ao ler uma carta em cima de minha cama
que dizia que sabia que estava errada, que me ama que eu não merecia
isso, mas que precisava dar um tempo, fiquei sem chão. Foi quando
descobrimos que o plano deles foi uma fuga em dois casais. Confesso que
fiquei revoltada no início, pois sei que não merecia tamanha traição,
mas depois fui me acalmando e comecei a tomar as providências
necessárias no momento. Diferente do que andaram dizendo algumas
pessoas, eles não tinham muito dinheiro, pois quando os encontrei eles
já não tinham mais o suficiente para passar nem mais dois dias, minha
filha, por exemplo, só levou o que dou para ela por mês, para fazer as
coisinhas dela. Assim, a realidade era uma, tínhamos uma pista de que as
passagens encontradas eram com destino a Parauabebas, tentamos ainda
interceptar o ônibus, porém acabamos indo para o rumo errado, que foi
pela Belém Brasília, e o percurso foi feito pela alça viária. Ficaram
então dúvidas, chegaram muitas informações infundadas, porém não
podíamos descartar. Foram três dias de sofrimento, mas eu não perdi o
controle, fiz todas as coisas que poderia ser feito. Muitos palpites me
foram dados, mas eu só tomaria providência de ir atrás, se fosse de uma
informação concreta. Foi quando recebi a confirmação da presença deles
realmente em Parauapebas. Peguei o primeiro voou pra lá, e fui orando,
como sempre entregando nas mãos de Deus, e pedindo para que resolvesse
minha causa. Ao chegar em parauapebas, contei com o apoio da irmã dela
por parte de pai, que mora lá a mais de 27 anos, e que antecipadamente
já lhe havia informado do caso. Assim, fomos direto para o Conselho
Tutelar, que já me aguardava por recomendações de minha amiga e
Conselheira Tutelar Helenice. Ao conversar sobre o caso com a
conselheira Letícia, do município, que fez algumas perguntas , quando
sugeriu que fôssemos dar uma busca pela cidade, mas disse que não seria
fácil, pois o município de Paraupebas tem cerca de 160 mil habitantes,
imaginem 100 mil habitantes a mais que Santa Izabel. Mas eu não
desanimei, uma vez que Deus estava na causa, não tinha o que temer. E
foi para surpresa de todos, que quando saímos do Conselho Tutelar, para
retornar mais tarde para fazer a busca, quando o carro dobrou na
terceira rua, vi a colega de minha filha com o namoradinho dela. Quase
nem acreditei, pois eu estava a pouco mais de meia hora no município.
Tomamos as providências então de seguir os dois para descobrirmos onde
estavam e finalmente encontrei minha filha que estava juntamente com os
outros, hospedada em um hotel próximo ao Conselho Tutelar. Como diz o
ditado: Deus é fiel, onde ele está não tem fracasso.
Mas
o que eu quero concluir com tudo o que aconteceu? Eu tive uma longa
conversa com minha filha que por mais que procurasse justificar a
atitude dela, não teve argumento convincente. Assim sendo, chego a
conclusão então, que apesar de não ter motivos para chegar a essa
situação, o fato ocorreu, e nós duas posso garantir, temos uma relação
de amor e carinho, ela é uma adolescente que tem tudo o que ela quer de
acordo com o que eu e o pai dela podemos oferecer, onde nunca houve
situação alguma que instigasse sequer uma palmada de repreensão,
aconteceu esse fato. Pensar e fazer o que? Tanto eu quanto o pai dela
recebemos nossa filha com carinho e vamos fazer o possível para
consertar algum erro que provavelmente tenha provocado tal situação.
Acho
que tinha que partilhar isso com vocês que me ajudaram num momento tão
difícil e da forma que eu pedi, e por isso me sinto na obrigação de
dizer a todos o desfecho da situação.
Graça á Deus está tudo bem, e eu só tenho a agradecer primeiramente a Ele, Deus, e vocês por todo o apoio que me dedicaram.
Muito Obrigada mesmo!
E pra quem achar que isso aqui não tem
nada a ver com política, agradeço ao Conselho Tutelar e Polícia Civil,
pela forma em que trataram o caso demonstrando eficiência nas Políticas
Públicas de Segurança e Assistência Social.
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