Por:Luiz Mário de Melo e Silva* Já foi dito que “a
política é a continuação da guerra por outros meios” e sendo o homem um
animal político, segundo Aristóteles, há de se convir que elevive em
permanente estado de guerra - ainda que, aparentemente, não declarado-,
ao contrário do que postulara Thomas Hobbes, com seu Leviatã.
Tal situação foi perfeitamente delineada por Karl Marx ao
revelar os meandros da lutade classes (ainda que não tenha sido o
primeiro a abordar a questão), tendo a economia como fator principal
dessa luta que coloca de lados opostos patrões e empregados
-esclarecendo,portanto, o sentido exato de política como defesa de
interesses eideias (o que não ocorreu com Maquiavel e Hobbes, pois,
embora houvessem retirado o poder das mãos do cleroapenas o transferiram
aos monarcas, sendo que Hobbesdefende a ideia de um estado absoluto, e
escamoteando o sentido exato de política mantém, porém, o status quo de
uma classe em detrimento de outra muito maior,como se observa até hoje).
Ora, se política se define com o citado acima, por que,
então, a grande maioria(o povo) parece aguardar por decisões alheias a
si? Óbvio que a resposta é porque, citando novamente Marx, a ideia
dominante é a ideia da classe dominante. Ou seja, a burguesia
capitalista impõe sua vontade por meio da superestrutura moldada com sua
ideologia, dissimulada no interesse geral movido por uma “mão
invisível”- é claro que ela move apenas o capitalismo; bem como movia a
fé na Idade Média em favor da Igreja. Isto é, é manco. Logo,
étendencioso, contrário ao que diz apolítica.
Haverá quem discorde, mas defender ideias e interesses que
não sejam pessoais, pode até ser imaginado como política,masé algo
tãosuperficial que quem a faz certamente éludibriada constantemente para
seu próprioprejuízo,comoacontececomoo povo que serve de bucha de canhão
para o projeto (interesse) de poder dos políticos profissionais. Neste
sentido, o povo não faz política, embora seja sua matéria prima.
É claro que o motivo não é a falta de educação, pois, embora exista, é
algo que bitola, produzindo imbecis para servir de massa de manobra.
Algumas religiões, por exemplo, são bastante explícitas quanto a isso,
que não à toa, criam fanáticos.
Contudo, para melhor compreensão do conceito de política em tela, seria
interessante observá-la em grupos bem definidos como servidores
públicos concursados, servidores temporários, profissionais liberais,
comerciantes e, sobretudo, a elite que têm seus interesses bem
definidos, ao contrário da avaliação feita por classe social, onde a
ideia de povo é aplicada, levando à conclusão que ele foi contemplado em
seu anseio, coisa que não se verifica na pratica, pela permanente
condição de penúria em que vive.
Neste sentido, pode-se perceber, então, a política em ação engendrando
as relações sociais sem que, no entanto, seja vista como apanágio de uma
pequena classe (elite) sob pena de haver uma sociedade doentia, como,
aliás, já se observa com a violência crescente, o consumo de drogas,
sobretudo, entre jovens (e adolescentes), por exemplo, para quem, elas
(as drogas) parece ter tomado o lugar da perspectiva de melhores
condições de vida.
Portanto, nada mais natura lfazer política para entender- e viver - a
sociedade, haja vista ser ela o ethoscivilizatório e daí a cura – ainda
que atualmente seja mais a causa – para as doenças sociais. Pois, assim
como o antídoto para o veneno da cobra está na própria cobra, a solução
para os problemas sociais encontra-se na própria sociedade. Ou seja, na
política desde que praticada, conscientemente por todos,no sentido aqui
apresentado.
Sobre o autor: Luiz Mário de Melo e Silva- RG 1660582
Coord.do Fórum em Defesa do Meio Ambiente de Icoaraci (FDMAI)
E-mail: luizmario_silva@yahoo.com.br / Tel.: 83636720
Icoaraci – Belém – Pará
http://opirata2.blogspot.com.br/
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