Política e poder. Como ficam os interesses coletivos?

terça-feira, 19 de agosto de 2014



Eleger representantes para defender os nossos interesses e necessidades, é direito e dever de todo cidadão brasileiro, e para poder se candidatar a um cargo político eletivo no Brasil, o cidadão precisa estar de acordo com condições que estão previstas na Constituição que são: ter nacionalidade brasileira; ser naturalizado; estar em pleno exercício dos direitos políticos; estar alistado na Justiça Eleitoral; ter domicílio eleitoral na circunscrição há pelo menos um ano antes do pleito e ser filiado a um partido político também há pelo menos um ano antes da eleição.

Os critérios mínimos necessários (nada muito exigentes) segundo nossa legislação para habilitar candidatos à eleição acabam fazendo com que pessoas que não tem o mínimo de conhecimento da coisa pública cheguem ao poder e passam a ter em suas mãos a missão de decidir os nossos destinos, pois tanto no poder executivo quanto no legislativo, nas três esferas de governo, acabamos por ter pessoas com pouco ou nenhum conhecimento e a facilidade para entrar no cenário político é tão grande que acaba atraindo toda sorte e espécie de “políticos” que topam tudo e qualquer coisa para chegarem ao poder e acabam por afugentar os bons Políticos, matando a boa Política. Fato esse que já levou o sistema ao colapso decorrente da tragédia político-eleitoral que é muito mais ampla, pois se trata de uma seara que assim como muitas profissões, se encontra todo tipo de pessoa e muitas vezes os que sobressaem são os de preparo ou intenção duvidosos em detrimento dos bons políticos que poderiam realmente fazer a diferença no sentido de desenvolver trabalho sério.Que viessem a atender os nossos direitos de acesso a cidadania.

A situação é tão séria que não é difícil comentários pejorativos acerca de políticos e acabam por generalizar todos, como se fossem iguais e o que parece é que a maioria se encontra nessa situação e isso é o reflexo de nossas leis, que são elaboradas favorecendo os que são responsáveis, pois tem a facilidade de poder legislar em causa própria. Assim sendo,acabamos ficando reféns de um sistema deficitário de capital político intelectual e caímos nas mãos de pessoas sem compromisso com nossa sociedade e eleitos justamente pelos que mais precisam de representantes para melhorar suas próprias condições de vida.

Só mesmo uma reforma política poderia dar jeito nesse circulo vicioso, mas, se do lado (o político) que poderia provocar a mudança não há interesse para tal, de outro lado (o eleitor) que já se acostumou com a situação e que em muitos casos preferem levar o que acham que é vantagem conseguir benesses de véspera de eleição, não medindo as consequências de sua ação acabam fazendo com que fiquemos sempre na mesma condição. Quem pode mudar a situação? O eleitor despreparado que elege político também despreparado? O político que não tem interesse de mudança e que para tanto fica em sua zona de conforto? Infelizmente se tornou uma “questão cultural” em nosso país onde nessa “grande novela”o que altera são apenas personagens que mudam apenas para a atualização do sistema falido, onde a política é tratada como meio para atingir objetivos que deixaram de ser coletivos, para satisfazer interesses somente pessoais resultando num continuísmo político onde quem ganha é só quem não tem compromisso com nossa sociedade.