O QUE VOCÊ QUIS DIZER COM ISSO NOBRE VEREADOR?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

"Não é preciso explicar eu só quero entender!”
Passada a fase da eleição, que no meu ponto de vista gera uma grande indústria de boataria, chega agora a fase da especulação, fase que antecede a posse do novo gestor. É um momento de muitas conversas nem sempre com fundamentos e é inevitável sermos (nós que fazemos parte de grupo político) interrogados acerca do que ocorrerá no próximo mandato.
Em uma dessas conversas, num encontro casual, onde se encontravam um amigo e um vereador reeleito, falávamos sobre campanha, eleição e posse dos eleitos, quando foi tocado no assunto Câmara Municipal, onde  me perguntaram quem eu achava que deveria ser o presidente da câmara. Eu emiti minha opinião, pois sei que são os vereadores que tem poder de decidir sobre essa matéria e que cabe somente ao poder legislativo tal decisão, pois o que infelizmente temos a “cultura” de que é o prefeito quem articula a diretoria da câmara... Foi num determinado momento o vereador disse: “o vereador não precisa do prefeito, o prefeito é quem precisa do vereador”. Fiquei surpresa como o comentário do vereador  e não entendi o que ele  quis dizer com esta frase pois até onde sei, Executivo e Legislativo,  são Poderes independentes e devem trabalhar harmoniosamente, nas  esferas do governo, para que a haja ordem, com funções são muito bem definidas pela constituição federal e não condição de submissão entre eles.
Vamos ao que diz a Constituição federal:
 Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
O Prefeito se torna o porta-voz natural dos interesses e das exigências municipais perante a Câmara e as outras esferas de Governo e quaisquer forças que possam contribuir para o bem-estar do povo e o desenvolvimento do Município,  sendo o representante legal , tanto perante a Justiça, como em outros atos de caráter processual ou administrativo e nas relações governamentais ou no plano simplesmente social. Assim sendo, o Prefeito tem prioridade formal sobre as demais autoridades municipais e sua capacidade de lidar com a Câmara, negociar convênios ou obter por outras formas benefícios ou auxílios para o  Município.
 A lei lhe confere a prática de atos de natureza política, como apresentar projetos de leis à Câmara Municipal, sancionar, promulgar, fazer publicar e vetar as leis, convocar extraordinariamente a Câmara, quando necessário.  No entanto, não cabe ao prefeito intervir no regimento interno da câmara seja qual for o objetivo, pois o ato é exclusivamente interno, não sendo passível de intervenções de outro poder para o desenvolvimento de suas atividades, uma vez que todos os atos tramitam pela Câmara, dentro de um plano legal, por normas regulamentares, que são ditadas pelo seu regimento interno, o qual constitui a lei da vida legislativa da Câmara. Esse regimento das regras básicas de sua alçada dirige os direitos e deveres dos Vereadores, disciplina a composição da Mesa Diretora, que atua em nome da Câmara Municipal, interna e externamente.
 Assim sendo caso o  Vereador não saiba, fica bem claro não é que o prefeito depende do Vereador o vice versa, e sim há uma relação de interdependência para que haja condições dos dois realizarem suas respectivas responsabilidades em favor do povo. Um vereador não deve simplesmente votar contra ou favor do prefeito pela sua simples vontade ou não, pois todo assunto em pauta  necessariamente deve ser de interesse do povo e deve ser matéria de discussão no legislativo, onde cada um tem por obrigação esclarecer sua decisão seja qual for. E se votar a favor ou contra, se quiser ou se não quiser não tem que gostar ou não do prefeito por exemplo.
Então eu pergunto: Será que ele (o vereador em questão) nunca procurou se informar desses quesitos essenciais para o desenvolvimento de seus trabalhos,  ou será que  estão fazendo de forma diferente sendo conveniente a partes as quais não são as que deveriam ser de acordo com a legislação?
Só sei dizer que fiquei muito intrigada com frase do vereador, e gostaria realmente de entender sua teoria, pois as ações dos agentes políticos que foram eleitos para defender excepcionalmente os interesses do povo são da conta de todo mundo.

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