Por Denize sousa Pereira*
Fazendo
uma reflexão acerca do coronelismo, iniciamos com a mudança do cenário
quando as famílias começaram a migrar para os centros urbanos decorrente
das praticas autoritárias pelos chamados coronéis que na época
republicana exerciam domínio territorial político através de sua
influencia como grandes comerciantes ou donos de terras, que obrigavam
as pessoas através da força e ameaça a fazer e tomar atitudes de acordo
com sua vontade, aproveitando do pouco conhecimento e educação dessas
pessoas as quais sobrepunham o seu poder.
Como
bem podemos perceber, as práticas autoritárias, que historicamente
diz-se que ocorreu até os anos 60, ainda são presentes nos dias de hoje,
entendendo que infelizmente passou a ser uma questão cultural. Hoje
percebemos que as métodos utilizados pelos que antes eram chamados de
coronéis no período republicano, sucumbiu pela falência desse sistema
que foi causado por pessoas que se recusavam se deixar manipular.
Confrontando aos dias de hoje observamos ainda que os coronéis da
atualidade mudaram suas estratégias, porém a finalidade em nada mudou,
continua a mesma a busca pelo detenção do poder, que para tanto foram
criados instrumentos legais que pudessem satisfazer seus objetivos. À
medida que a sociedade tem evoluído, a transformação vai ocorrendo e se
adequando aos novos métodos. Eles, os coronéis do hoje estão na política
onde legislam em causa própria, criam mecanismos satisfatórios
mascarando a real intenção e tudo na forma mais legal possível não
deixando argumentos para real contestação legalística. Em nome da
justiça social são criados programas e projetos sociais para atender uma
demanda que está sempre reprimida, onde a divulgação é bem maior que o
resultado que se diz esperado. Pois o que podemos perceber é que a
política de assistência social, que nasceu por deficiência das outras
políticas públicas, é a que mais cresce, e justamente por continuarem
deficientes as outras políticas públicas. Por assim ser, a assistência
social, com seus usuários constituem hoje o que seria um verdadeiro
“curral eleitoral” legalizado, onde o voto de cabresto de antes foi
substituído por seus serviços em forma de benefícios cujos critérios
podem até servir de incentivo ao não desenvolvimento social, uma vez que
o que oferecido pode passar a ser um estímulo a não buscar melhoria de
condição de vida, deixando seus usuários numa linha de conforto e em
alguns casos com benefícios que apesar de irrisório pode significar
conquista de poder aquisitivo, por pessoas da chamada baixa renda,
construindo um pensamento de que eles (os demandatários) são incapazes e
convictos de que o governo tem a obrigação de os sustentar.
Hoje,
essas pessoas que ainda vivem carentes de ensino e formação, continuam
sendo manipuladas sendo utilizadas como massa de manobra. Com tudo
isso, acredito que para a mudança, a fim de que ocorra realmente a
promoção social evitando o assistencialismo e paternalismo, é
necessário que o cidadão seja visto como um ser que é capaz de produzir
e ter seu sustento e de sua família com dignidade através do fruto do
seu trabalho. Não seria melhor que fossem revistas as situações que
pudessem fomentar a geração de emprego e renda? Acredito que a dívida
social do governo cultivada ao longo dos anos não será solucionada com
situações paliativas, e sim com atitudes austeras, de forma que venham a
realmente a adequar as políticas públicas de forma eficaz e eficiente,
fazendo assim a verdadeira promoção de nossa sociedade.
0 comentários:
Postar um comentário