O Evangélico e o voto

sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Com a surpreendente ascensão da candidata Marina Silva, que é evangélica, se acirra os comentários por parte de  evangélicos que dizem  “temos que votar em evangélico para defender os interesses dos evangélicos”.
Com o tanto de candidatos que pleiteiam a diversos cargos, temos muitos que usam títulos religiosos como, pastor, pastora, missionária etc... Particularmente, tenho minhas ressalvas quanto a situação, pois como já escrevi em outro artigo “ Religião, fé e política” http://www.politicaemdebate.com/2013/03/religiaofee-politica.html  faço observações acerca de  evangélicos se candidatarem.   Não que uma pessoa cristã não possa se envolver em política acho que até deve, mas se Deus chamou para a grande obra de pastorear uma igreja, ele não vai mudar o seu chamado para colocar na política, se não foi Deus quem deu este chamado e sim o homem.  Por outro lado   o  argumento usado por muitos deles é:” vamos lutar para defender os interesses dos evangélicos”, o que é um equivoco muito grande, pois no    artigo 5º da Constituição Brasileira (1988) está escrito: “VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” .Assim sendo,    significa que o estado é laico, um país o com uma posição neutra no campo religioso. Também conhecido como Estado secular, o Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião, defendendo a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais. No País laico defende que a religião não deve influenciar o estado e os direitos dos cidadãos devem ser defendidos igualmente para todos os cidadãos independentes também de religião.
Mas se o evangélico decide votar em evangélico, penso que primeiramente deve analisar se o uso de títulos religiosos não estão servindo apenas  para fazer do eleitorado evangélico seu nicho eleitoral, sabendo ou não,  que não pode prometer coisas referente a religião ou  igreja, e se votar em candidatos dessa linha, que votem pelo caráter cristão que tenha o candidato, Assim como o caráter de cada indivíduo é formado desde o berço, nosso caráter cristão também passa a ser moldado desde o primeiro passo de nossa caminhada com Cristo (Jo 1.12; 3.3). Os valores do Reino de Deus passam a ser impressos em nós, para que verdadeiramente possamos ser seguidores de Jesus Cristo genuinamente, pois se assim tiver como perfil o candidato, podemos dizer que verdadeiramente temos representante, não por defesa interesses religiosos e sim  ligados aos nossos valores fundamentais sem  contrariar o interesse dos demais classes, obedecendo nossa constituição.
Se assim for, teremos como preconiza a Palavra de Deus, a defesa de nossos verdadeiros interesses Nela baseados, garantindo o direito de todos, segundo os ensinamentos cristãos, respeitando o livre arbítrio que pelo Senhor é concedido: “Em seu coração homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos.” Provérbios 16:9.

1 comentários:

Unknown disse...

Como sempre, minha cara Denize, sua analise é de uma precisão impressionante.
Temos que parar com esta dicotomia, evangélico vota em evangélico, católico vota em católico. Politica é política, é plano de governo, ação, histórico pessoal e político, é caráter....e temos bons e maus caráteres de todas as religiões.

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